Residencial One Haus

Localizado em um bairro bastante arborizado da cidade de São Paulo, o One Haus está inserido em uma área predominantemente residencial e cercado por outras casas. O conjunto compreende 05 unidades com variações dimensionais de 750 a 850 metros quadrados, com jardins, piscina privativa, e terraço (com 88 metros quadrados cada).

Idealizado por um grupo de pessoas bastante próximas, que se uniram sob o desejo de tornar tangível o desenvolvimento de uma vila privada, o conceito deste exclusivo empreendimento busca estabelecer um harmonioso diálogo entre o espaço construído e a paisagem do bairro.

O lote de desenho irregular, identificado por formato em “T” e que cruza duas vias urbanas – originalmente compreendido por uma única residência com dezenas de árvores de grande porte –, implicava o estabelecimento de uma eficaz zona de fluxos, acessos e distribuição das unidades no masterplan.

Considerando os fatores geográficos e legislação urbana do bairro, o acesso é definido a partir da rua mais tranquila, preservando a segurança e comodidade dos moradores, enquanto o paisagismo cria uma barreira à avenida traseira, de onde há maior movimento. No interior, um eixo linear central define a circulação – pedonal e dos automóveis –, ao passo que as residências são estrategicamente distribuídas ao longo do terreno, em favor da privacidade de cada uma das unidades.

À sobra de uma generosa laje envolta por bandejas ajardinadas em balanço se encontra a garagem, que acomoda até 30 automóveis – um conceito diferenciado dos tradicionais estacionamentos em subsolos. Sublinhando unidade visual ao conjunto, um seleto conjunto de materiais naturais foi aplicado nas áreas comuns: ripas de madeira recobrem todo o forro, enquanto painéis de mesma materialidade envolvem as superfícies das paredes, mimetizando as portas de acesso às residências. No piso, paralelepípedos se estendem desde a calçada até as áreas caminháveis do interior.

Para resguardar as vistas e permitir o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural, cada uma das residências é definida a partir de um volume em formato de “L”, que organizam os espaços em torno de um pátio central. Criando uma dinamicidade ao conjunto, embora repetidas, cada célula habitacional apresenta variações na posição volumétrica – rotacionadas, espelhadas e invertidas verticalmente.

O pavimento térreo é caracterizado pela abertura ao jardim e a transparência que lhe confere o caráter de pilotis, enquanto o volume superior recebe caixilhos de vidro, de altura total do piso ao forro, guarda-corpo de mesma materialidade, e brises metálicos fixos que protegem a vista dos banheiros.

Apesar de ter quatro pavimentos, a disposição das casas – em prol da insolação predominante e recuadas a partir da testada da floreira – sublinha a horizontalidade do conjunto. A cadência dos volumes, uso de materiais naturais e presença constante do verde traz uma escala mais palatável da arquitetura aos moradores.

No pavimento térreo são acomodados o hall de entrada, circulação vertical, escritório, sala de jogos, espaços de serviços e áreas técnicas. No primeiro pavimento, os espaços sociais (sala de estar, cozinha integrada ao jantar, e academia) se organizam em torno dos jardins central e lindeiros, que beneficiam os interiores de iluminação natural abundante e ventilação cruzada na sala principal. As piscinas têm formatos e posições variadas, a partir da insolação.

No piso superior: quatro suítes, incluindo a master com closets, cubas, duchas e reservados duplos. A cobertura recebe um terraço gourmet com solário, envolto por jardineiras, e de onde é possível contemplar a vista do horizonte, viabilizada a partir do baixo gabarito do entorno.

Nesse projeto, vale salientar o papel fundamental assumido pelo paisagismo, que preserva a individualidade entre as unidades, mas costura os espaços, assumindo a imagem de um volume único a partir da área comum. As árvores existentes foram mantidas, e que delinearam a cuidadosa implantação.