Residência RCN
Porto Feliz, São Paulo
FICHA TÉCNICA
- Área do terreno
- 4.417m²
- Área construída
- 1.055m²
- Conclusão do projeto
- 2021
PROJETO
- Arquitetura
- Jacobsen Arquitetura
- Equipe
- Paulo Jacobsen, Bernardo Jacobsen, Edgar Murata, Marcelo Vessoni, Fernanda Maeda, Felipe Bueno, Alan Cruciti, Paula Miele, Juliana Dalkimin, Maria Caporale, Raíssa Simão
- Design de interiores
- Jacobsen Arquitetura
- Equipe
- Marcela Guerreiro, Décio Araújo, Luiz Santini, Amanda Leal
- Paisagismo
- D'orey Brasils
- Iluminação
- Lunare
- Fotos
- Leonardo Finotti
A Residência RCN, cujo terreno foi escolhido pelos clientes pelo seu acesso direto ao campo de golfe, é uma casa em que os contrastes se complementam. Madeira, pedra, metal e concreto, interligados e abraçados pela natureza ao redor, compõem esse projeto único nos arredores de São Paulo. Dois eixos principais e perpendiculares se encontram e formam a volumetria do projeto, posicionado no ponto mais alto do terreno. Dessa forma, é possível observar o entorno sem ao mesmo tempo ser observado, conferindo privacidade aos seus moradores.
Quando um visitante chega na casa pelo acesso da rua, eles são convidados a subir pelo terreno em leve aclive, e são recebidos pelos grandes beirais do volume central social.
Lá, eles encontram as principais áreas sociais: a sala de estar e a sala de jantar, além de uma área gourmet, um bar e um home theater. Ao atravessá-lo, chega-se à área plana do jardim, onde está a piscina.
Essa configuração cria a impressão de que essa é uma casa completamente térrea, quando na verdade existe um pavimento abaixo, em estrutura de concreto, onde estão localizadas as áreas de serviço, lavanderia e garagem.
No eixo principal, estão as áreas sociais da casa: o objetivo era que a sala se abrisse para os dois lados do jardim, se aproveitando ao máximo da iluminação natural e ao mesmo tempo criando uma continuidade visual. Nesse sentido, os longos beirais com vigas de madeira são elementos que reforçam a impressão de que a casa flutua levemente sobre o terreno, pousando delicadamente sobre o volume do eixo privado, com estrutura metálica, onde estão localizados os quartos, e cujas fachadas são revestidas por placas de concreto pré fabricadas.
Essa escolha de revestimento foi fundamental para esse bloco: criou-se um impedimento visual para que o vizinho que se encontra num terreno ligeiramente mais alto não consiga ter visão do que acontece na casa ou no jardim.
O uso dessa materialidade também permitiu que as janelas dos quartos fossem recuadas para o interior desse volume de pedra, criando uma área de sombra e respiro, onde o vento circula livremente e as plantas do jardim podem se refrescar.
Essa mesma preocupação com a criação de espaços para a natureza aconteceu também nos pontos de contato entre os dois volumes principais. Em ambos os lados em que o volume de madeira e o volume de concreto se encontram, foram criados pequenos jardins internos, como momentos para marcar a transição de materialidades e conferir mais privacidade para as alas dos quartos.
A cobertura do volume social é um dos principais elementos do projeto. Estruturalmente pensada para criar grandes vãos com o menor número possível de apoios, a partir de vigas de madeira intertravadas, ela se distribui em uma trama quadriculada que proporciona os longos e convidativos beirais das varandas.